segunda-feira, 16 de maio de 2011

7º Feirão da enganação


Este ano estive no feirão da casa própria, promovido pela Caixa Econômica Federal em SP. Eu e mais de setenta mil pessoas que passaram por lá nos três dias de evento que contou com muitas ofertas de imóveis, centenas de stands de construtoras, cartório, plantão tira-dúvidas e, claro, enormes filas para os poucos bebedouros e barraquinhas de algodão doce. Programão de fim de semana!

Lá pude ter maior contato com uma espécie de ser tão adorável quanto os atendentes de telemarketing, e que sempre procurei manter distância: Os corretores! Indivíduos espalhados por todo o complexo, tipo urubu em cima de carniça, estendendo a mão a quem passasse, afim de puxá-lo para dentro de uma tenda e, assim como fazem as ciganas, querendo lhe impor o seu futuro.

Eles fazem parte de uma categoria de profissionais interessante. E por que não dizer, mágica! Capazes de lhe convencer que todos os imóveis que vendem ficam perto de um metrô; que o shopping é bem ao lado; as vias de acesso você vê da varanda; quarenta e cinco metros quadrados é ideal para você morar e que todos os seus imóveis ficarão prontos em poucos anos e sem estress!

Reconheço que nunca fui bom com números. Mas até se eu fosse um problemático perceberia que nesses lugares todos saem ganhando. Menos você! E essa experiência até me fez pensar seriamente em procurar ter amizade com um corretor para se juntar ao clã dos colegas médicos, advogados e contadores para tentar não ser enganado tão facilmente. Vou buscar nas redes sociais.

Também não posso deixar de citar duas coisas bem reflexivas que notei neste evento. A primeira é sobre o nome de algumas construtoras, como a "Tenda"! Você acha que se as coisas que eles vendem fossem mesmo de qualidade, ou se tivessem mesmo o interesse no bem estar das pessoas, eles teriam esse nome? No mínimo seria "Teto", que soa com mais segurança.

Tudo bem que cada empresa trabalha com a classe econômica que escolheu. Mas partindo do princípio que todo mundo quer um teto para viver, todas as companhias deveriam entregar, pelo menos, a coisa com acabamento e não só no cimento. E isso é outra coisa que se você não perguntar, ninguém irá lhe falar. Da mesma forma como as infinitas intermediárias.

Por fim, a outra coisa que marcou foi o valor do estacionamento para quem se atreveu a ir de carro. R$ 25,00! Valia mais a pena deixar o carro na praia, já que o negócio rolou no Centro de Exposições Imigrantes, pois mesmo com o pedágio, seria mais barato e ninguém teria que ficar esperando, em outra gigantesca fila, a Van que levaria a família toda até a estação Jabaquara.

Sai de lá com uns cinco apartamentos. Todos dentro de uma sacola, perfeitos dentro dos folhetos e com a certeza de que esse feirão irá superar o anterior, como todo ano os organizadores dizem e novamente escondendo os números de imóveis que foram tomados das pessoas que fecharam negócio no feirão, mas acordaram de supetão do sonho da casa própria, algum tempo depois.

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