quinta-feira, 16 de junho de 2011

Meu dia de fúria

Hoje a coisa é mais séria. Acordei com o espírito do Michael Douglas no filme “Um dia de fúria”. Mas, diferente dele, preferi usar minhas palavras como armas para ter o mesmo impacto de sua calibre doze na sua cara! E toda essa revolta deve ser espalhada para aqueles que gritam “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!” Toma essas:

Aqui, temos Pelé. Rei negro da nação, que após o milésimo gol pediu ao governo que olhasse mais pelas crianças daqui. Mas, trinta e sete anos depois, não foi no enterro da própria filha, qual foi provada paternidade por exame de DNA, depois de três décadas de briga na justiça. Ele só jogava bola, enquanto o país estava mergulhado na ditadura militar.

Diferente de Muhammad Ali. O boxeador americano, que entendeu o mundo que vivia, refletindo isso em gestos. Desde jogar, num rio, a medalha que ganhou nas Olimpíadas de Roma, após ser ofendido por uma garçonete que se recusou a servi-lo por sua cor; até se recusar a servir o exército, por ser contra a intromissão americana no Vietnã.

Eles também têm a Oprah! Molestada na infância; fugiu de casa; se dedicou aos estudos; entrou para a TV; mudou a maneira de fazê-la; trouxe a público temas “impossíveis” para reflexão; dá exemplo de vida; de humanidade; de humildade; repassa tudo que ganha; acredita ser esta a receita para ter tudo na vida, soube a hora de parar e parou.

E nós temos a Hebe! Que aos oitenta e um anos, trocou a emissora que lhe deu tudo (inclusive fama, mas que por conta de dificuldades queria reduzir seu salário), por dinheiro. Isso logo após ela ter se recuperado de uma grave doença que, parece, não a fez pensar nos verdadeiros valores da vida. Pois ainda não parou e o máximo que dá é selinho!

Na área musical, eles deram a todos, Michael Jackson. Maior fenômeno pop de todos os tempos, que nem vou falar mais sobre, para não correr o risco de esquecer um detalhe, justamente dele. Um perfeccionista das performances, que usava e abusava dos detalhes, enquanto nós fazíamos piadas dos abusos, sem conseguir provar nada.

Já os políticos são os que nos fazem dançar por aqui. Pois me recuso a citar um Parangolé; Latino ou Calipso, como ícones que representem a cultura musical do país. Uma vez que essas coisas estão mais para nome de sorvete de palito; título de música do Belchior e tipo biscoito (se seguir a ordem anterior), que qualquer droga espalhada neste solo.

Independente se gosta de americanos ou não, de uma coisa não pode abrir mão. Reconhecer que tanto o nosso maior problema, quanto a maior qualidade deles, tudo está relacionado à questão cultural! E o mais estranho é que nós também somos americanos. Só não patriotas como os lá de cima. Talvez seja este o segredo deles estarem lá em cima!