terça-feira, 24 de maio de 2011

Quem espera sempre cansa


Mari, quer que eu segure sua bolsa? – Foi a pergunta que fiz à minha namorada, enquanto fazíamos uma troca: Ela me dava o mais inseparável acessório feminino e eu entregava uns doze cabides cheios de peças que a ajudava a carregar (e que já estavam me dando câimbra), na loja do shopping, indo em direção ao provador.

Vai lá que te espero aqui! – Se arrependimento matasse eu já teria ido faz tempo. E seria na entrada de um provador! Um lugar que agora entendo bem por que leva esse nome. Na visão da mulher, as portas do Paraíso repleto de descobertas fantásticas! Já para os homens, o calabouço batizado daquele jeito para provar nossa paciência.

E antes de continuar, só para registrar, tenho que fazer justiça e admitir que ela não é consumista. Mas eu também não sou malabarista! Por isso sugeri a troca, mesmo tendo que ficar com um bizaco a tiracolo, dando brecha para qualquer um pensar besteira. Não importa. Faço qualquer coisa para sair logo dali! Tentando me enganar que vai ser rápido.

Olha como são as coisas: Esperamos nove meses para nascer; sem falar no tempo que se leva para decidirmos voltar; quando ainda criança, ficamos esperando o papai Noel passar uma vez só no ano; na adolescência não vemos a hora de fazer dezoito anos para a maioridade alcançar e depois passamos a vida toda lutando para o tempo voltar!

E é só o começo! Fora ficar esperando o resultado da prova, torcendo para que o Rio Amazonas se mude para Erexim (pois foi isso que respondeu na prova de Geografia); o retorno da entrevista de emprego, que parece um primeiro encontro amoroso onde, ao final da paquera, a outra pessoa diz docemente “Eu te ligo!” E nada...

Esquisito isso não? Num mundo que pede feedback, você fica desesperado só por que um e-mail ainda não chegou (por isso que sua tecla F5 está gasta); da mesma forma como aguarda com angústia na ala de desembarque do aeroporto; e com a mesma intensidade implora para ver a sua lista de seguidores do blog aumentar. (Eu faço isso!)

Ufa... Tomara que chegue logo a sexta-feira! – Talvez seja isso que agora mesmo tenha pensado. Mas não vá se animando não, por que isso pode ser sinônimo de passeio no shopping; com direito a relaxante experiência de tentar encontrar uma vaga para estacionar, para enfim, acabar na porta de um provador, parado e esperando.

E foi exatamete ali que pensei em escrever este post, enquanto aproveitava ao máximo essa entediosa e angustiante experiência que ocorre na vida de qualquer ser humano homem que se relaciona com uma mulher. Até que, finalmente, a Mari saiu! De mãos vazias e meia hora depois.

– E aí? – Perguntei. – Não gostei de nada. – Respondeu, frustrada. – Tudo bem! – Retruquei, vibrando por dentro, emendando: – Vamos para outra loja então! (???) Afinal sexo frágil é ela! E quem sabe na próxima, tomo coragem e me enforco com uma gravata! Pelo menos assim, não tenho que esperar por algo que nunca irá mudar. – Vamos!