terça-feira, 14 de junho de 2011

Face my book: Imãginação

- Senhoras e senhores passageiros, pedimos a todos que não se levantem de suas poltronas, pois iremos passar por uma pequena turbulência devido as condições do tempo. Solicitamos também que apertem seus cintos de segurança e em caso de algum mal-estar, usem os saquinhos que se encontram nos encostos das poltronas a sua frente.

- Agora ferrou ! – Pensei, afastando a orelha da porta qual tinha feito para poder ouvir melhor as palavras desagradáveis vindas pelo autofalante. Estava numa situação complicada. Mesmo aliviado das vontades fisiológicas, fiquei preocupado com o aviso que acabará de ouvir. E o pior, dentro de um banheiro de avião prestes a passar por uma turbulência.

Turbulência que não demorou a vir e que chegou tão rapidamente que nem tive tempo de sair. Não sei como os outros passageiros, do lado de fora, estavam enfrentando a situação, mas eu estava péssimo. Sentado num vaso, num lugar apertado, escorado nas paredes e ficando enjoado. Se existe mesmo o inferno, uma filial dele, era aquele banheiro!

A porta, mesmo trancada, balançava, assim como minhas ideias e demais órgãos internos. Veja que contradição, o lugar que antes eu queria de todo jeito entrar, era agora o mesmo que, de qualquer forma, eu não queria estar. Cada vez mais, tudo balançava, e eu da minha maneira, aguentava, só não sabia até quando.

Não sei exatamente quanto tempo durou aquilo, mas foi o suficiente para me fazer suar frio, me deixar zonzo, colocar para fora as refeições e mexer tanto com minha cabeça que nem me lembrava mais que tinha cabeça, quando a turbulência passou e outra vez, aquela mesma voz, pelo autofalante, soou:

- Senhoras e senhores passageiros, já atravessamos a pequena turbulência e informamos a todos que as condições externas de voo já estão melhores, o que permite que vocês soltem seus cintos de segurança e continuem tendo uma boa viagem, esperando também que todos estejam bem.

Eu nem conseguia pensar direito. Mas me lembro que pensei em responder àquela voz, caso tivesse condições, que todos os outros, do lado de fora, estavam bem, mas eu não. Pensei também em agradecer, por informar que tinha sido apenas uma pequena turbulência. Além, é claro, de ter pensado em cumprimentar a mãe do dono da voz, pelos avisos.

Mas enfim, o pior já tinha passado. A turbulência, terminado, minhas ideias começavam a voltar ao normal, mas eu ainda continuava sentado no vaso, me escorando agora só com uma mão, enquanto a outra segurava uns cinco saquinhos, daqueles usados em casos de emergência para encher de coisas nojentas. Notando que algo veio rolando até meu pé...

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