sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma caçamba no fim do arco-íris


Tem coisas que se atraem e parecem terem nascidas uma para outra de tão fascinante relação: Porca e parafuso; quina de móvel e dedinho; olhos masculinos e glúteos femininos; gordo e doce; pobre e funk; mulher e vitrine; xixi e acento; corda e caçamba; caçamba e mendigos, caçamba e idosos, caçamba e carroceiros, caçamba e todo mundo!

Eu sempre soube, e é fácil provar, que o brasileiro é um dos povos mais curiosos do planeta. Basta ver que temos mais edições de Big Brother que na Holanda (inventora da droga); e que as pessoas paradas no trânsito são capazes de provocar ainda mais lentidão ao se aproximarem do incidente, reduzindo a velocidade, só para dar uma espiadinha!

Isso por si só, já é curioso! Mas recentemente notei uma outra incrível atração brazuca, através de uma pesquisa quantitativa visual de amostragem feita em São Paulo. O povo adora uma caçamba! Aquelas carrocerias metálicas basculantes que de vez em quando são estacionadas nas ruas, tomando nossas vagas, para colocarem entulho de obras.

Então, entulho! Isso significa que lá é depositado tudo que é descartável, sem valor, resto, lixo! E por isso mesmo é que não consigo entender a curiosidade das pessoas em fuçar aquelas coisas, como se estivessem certas de que lá vão encontrar algo de valor. E são pessoas de todas a idades, cor, classe social e aparência, em busca do Eldorado.

Tudo bem que às vezes alguém acha uma criança jogada lá, mas até aí, a pessoa que jogou considerava aquela criatura, algo desprezível! Nem vou falar desse absurdo, mas nem tente me convencer de que todos os que mexem nesses locais, estão atrás disso, pois será mais difícil de eu crer, do que na história do pote de ouro no fim do arco-íris.

A verdade é que muitos tem mania de achar que lá terá algo que preste. E o mais engraçado é que só se vê gente saindo com uma ripa de madeira, um madeirite velho e no máximo algumas latinhas de alumínio. Seria esse o tesouro? Se for assim, é mais uma prova de que o PAC não atingiu ninguém e que os aposentados precisam de aumento.

Você pode até achar que eu também sou bisbilhoteiro e que fui atrás dessa estória. Mas saiba que foi involuntário e nunca vai me ver fuçando numa delas. Talvez eu fique só observando, mas nunca me juntarei aos “caça caçambas” que começaram a rondar o bairro onde moro, agora que foi aberta a temporada de caça...mba. Curioso né?