sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eita merda boa!


Hoje não estou nos melhores dias. Mas nem por isso deixarei de sorrir, de ser gentil com quem for e de ser otimista a ponto de acreditar que ainda existe uma luz no fim do túnel, mesmo nem vendo o túnel. Não enxergo o buraco na horizontal, dentro de um que se abriu na vertical e no qual me sinto dentro, cheio de merda.

A vida é o maior barato, não acha!? Já sei. Você deve estar pensando que sou bipolar, ou que estou sob efeito de droga, e até que comi merda ao fazer essa pergunta justamente depois de escrever o melancólico e depressivo parágrafo acima, que serviria muito bem como letra de música de alguma banda Emo, alimentando o tráfico.

Nem uma coisa, nem outra. Apenas vou refletindo sobre minhas experiências de merda sob os dois pontos de vista da vida, o lado bom e o ruim, tentando aproveitar ao máximo a curta passagem por aqui, respeitando o tempo que não é o terrestre e me segurando para não colocar o novo disco do Restart e me despedir de todos.

Isso nunca! Nunca ouviria essas coisas e nem interromperia o ciclo, mesmo querendo enfiar uma faca em meus pensamentos quando eles insistem em me dizer que fracassei. Fracassei sim, merda... E daí? Melhor assim. Melhor aceitar e fazer as pazes comigo mesmo e sair junto para jantar, namorar e curtir a viagem que está ótima!

Quem nunca teve dias ruins? Ou você acha, por exemplo, que Michelangelo passou os quatro anos pintando aquela maravilha no afresco da Capela Sistina sem nunca ter tido uma crise; uma dor de barriga; sem nunca ter errando sequer uma pincelada; ou mesmo sem nunca ter tido uma tontura, ficando naquela posição todo o tempo? Imagina...

E é aí que se reconhece o gênio, que se destaca o artista, que se diferencia o bom do ruim navegador. É quando as águas estão turvas e agitadas que ele mostra o quanto sabe remar e como, durante seus anos todos, passou a entender o mar. Entender e respeitar a natureza, sua força maior, passando a enxergar sua beleza e mandando a merda à merda!

Quando eu tinha dezessete anos e fui me alistar no exército, enquanto uns entravam mancando, outros entortavam os olhos ou fingiam não escutar, inventando qualquer merda para tentar não pegar o serviço, fui um dos pouquíssimos que levantou a mão quando um soldado nos perguntou quem queria prestar? Mas foi em vão.

Fui dispensando por excesso de contingente. E de lá para cá, comecei a aprender que não tem jeito. Quando não é para ser seu momento, nem adianta insistir, pois a frustração pode aumentar. Por isso que hoje, mesmo sendo um dia ruim, sei que não vai piorar, que dias melhores virão e que os ruins também voltarão. Assim, só resta aceitar a merda!