quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quem sou eu! Quem é você?

Antes mesmo de nascer, eu já era o bebê mais lindo do mundo. E o mais esperado! Ainda nas fraldas, me tornei o queridinho. Já em pé, andando e correndo, depois de tocar a campainha da vizinha; eu era o adolescente delinquente. Mas, se no dia seguinte cumprimentasse a senhora maluca; era logo chamado de o bom menino. O orgulho!

De criança, passei para o menino. No primeiro dia de aula; o novo aluno. Aquele que mais chorou na porta, para largar a mão da mãe, onde uma vez lá dentro, foi poucas vezes bullyinado e outras tantas bullyinante, que passou séries e escolas adiante, até ser um calouro da faculdade e sair de lá como qualquer outro formando. Assim, fui me formando.

Agora, o jovem. Um recém-formado tentando ser o mais novo profissional do mercado! Um publicitário, quando contratado. Mas apenas funcionário. Nunca, o dono! Na pequena empresa é assim: O candidato recém contratado para fazer tudo. O Bombril! E na grande, só mais um número. Um sortudo azarado, pois na falta dele, outro desempregado.

Azar nos negócios, sorte no amor! É mais ou menos isso que diz o ditado. O escolhido pelo cupido; o namorado. Rezando para ser o único e nunca só mais um! O noivo apaixonado que logo será o mais novo casado. O único homem da vida de uma mulher. O eleito dela para ser o pai de seus filhos e, bem mais a frente, o futuro avô! Um exemplo a seguir.

Um dos titulares da conta conjunta, também chamado de cliente, até o dia em que deixar de pagar um boleto para ganhar o título de inadimplente! Podendo até ser aquele carnê da compra do carro, que saí da loja como o cliente contente, assinando um plano para me tornar o assegurado; batendo o mesmo na rua e sendo chamado de o motorista culpado!

Se tiver sorte, serei tratado como o sobrevivente. Mas se precisar de ajuda, por ficar doente; serei o paciente. Depois de mostrar a carteirinha do convênio, onde lá me chamam de o associado. Eu acho que está tudo errado! Da mesma forma como tratar um integrante de uma equipe como o vencedor, na conquista, e na derrota ele ser o único perdedor.

Estou confuso, nem sei mais quem eu sou! No estádio lotado; o torcedor. Em frente a urna eletrônica; o eleitor escolhendo quem será o próximo traidor. De passagem, por outra cidade; o viajante. Se ficar dois dias; sou o turista. Com dificuldades para achar a porta do quarto no hotel; o hospede. Um simples visitante e até aquele convidado importante.

Na internet; normalmente, sou o redator. Mas se for nos impressos, como nos livros; pode me chamar de o autor. Não ligo! Seja como for, recebo tantos rótulos, que às vezes me olho no espelho e parece que estou me vendo por um caleidoscópio. Não se espante. Apenas reflita e perceba que isso também ocorre com você. Que, no momento, é o leitor!