segunda-feira, 11 de julho de 2011

Game lost

O último teba não é avuão! É bom que isto fique bem claro para não ter reclamação depois. E por isso mesmo que já aviso desde o início: O último teba não é avuão, falou!? Entendeu!? Não!? Nem eu... Mas não se preocupe. Vou tentar explicar. Se é que isso é possível, já que nem mesmo eu tenho ideia do que se trata essa espécie de dialeto tribal.

Essa frase eu ouvi, a mais ou menos vinte anos, de um menino que morava na praia, enquanto jogávamos bolinha de gude na terra. Que coisa antiga isso né? Fiquei até com vergonha agora. Mas vou continuar... Confesso que até hoje não sei o que significa aquela estranha frase, mesmo ficando na minha mente por tanto tempo. E nem desconfio!

Na época eu apenas concordava com aquilo que o moleque caiçara dizia sempre que íamos iniciar uma partida, achando que fosse uma regra indispensável do jogo, mas que não fazia diferença nenhuma na disputa, pois não alterava em nada o resultado, seja para qual fosse o lado. Outro fato que tornava a situação ainda mais esquisita e até engraçada!

Mas você acha que eu, no auge da minha quase profissionalização no esporte e no topo da maturidade infantil, iria arriscar perguntar ao cara o que aquilo queria dizer, me expondo imediatamente ao ridículo e correndo um seriíssimo risco de ser expulso da turma? Nem pensar! O último teba não é avuão, está ótimo assim e não se fala mais nisso! Pronto.

Aquilo não mudou em nada minha vida, mas talvez, se eu tivesse perguntado, viria a sofrer meu primeiro bullying, até antes da palavra virar moda, mesmo quase ninguém sabendo bem o que é! Igualmente a novos termos como scrap, hashtag, fail whale, spitters e até twitter que hoje muito se usa, mas que há pouco tempo ninguém fazia ideia do que era!

Desse jeito, acho melhor ir se atualizando depressa com as novas palavras, antes que comece a ser zuado até por crianças recém-nascidas que já vem com esse conhecimento no DNA, mas que provavelmente estranharão termos como butigão ou carambola, relacionados ao primitivo jogo de fazer entrar, em três buracos, bolinhas de vidro.

Vê na internet as coisas que citei. Na mão de qualquer criatura nanica, hoje, há um celular Wi-fi! O que, de certa forma, acho ótimo. Pois acabaram os casos de engasgo com bolinhas de gude! Agora elas se entopem é de informação. Irá encontrar o que os meninos das cavernas diziam, mas faltará o prazer que os velhos jogos davam e que não voltam mais.

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