quarta-feira, 18 de maio de 2011

Xuxa e o pé de Hidrashine


Calma. Não é mais um filme da eterna, e já veterana, rainha dos baixinhos. Pelo menos por enquanto. O papo aqui é mais sério do parece e que continua tendo a ver com a televisão, seus poderes e as figuras carimbadas que ditam moda e comportamentos, muitas vezes sem saber o que estão dizendo.

Xuxa, a também eterna garota propaganda da Monange, mesmo já não sendo mais tão garota assim, outro dia apareceu na minha televisão fazendo o anúncio de uma nova linha de shampoos da marca, reforçando a aquela ideia de que muita coisa mudou, mas seus cabelos, sua voz de menininha de treze anos e o poder nefasto da propaganda, não.

Eu já vi folha de Camomila, extrato de Jaborandi, creme de Babosa, fora outras substâncias naturais colocadas nas embalagens de produtos de higiene pessoal, mas foi a primeira vez que ouvi alguém falar de um tal Hidrashine como se fosse um composto natural de conhecimento universal em benefício da beleza. E aí me questionei:

Isso dá em pé ou em árvore? Que diabo é Hidrashine que vêm dentro do shampoo, que eu nunca vi, nem ouvi falar, se até raspas de Juá eu já tive a certeza da existência, através de fotos? Não consegui me conter, fui tentar buscar respostas, mas sem sucesso. Será que é por que sou homem e normalmente não ligamos para isso? Pensei.

Matutei, matutei e cheguei a conclusão que não. Não é por isso que não conheço. E sim por que esse troço não existe! Provavelmente é um termo inventado pela indústria da vaidade que combina o prefixo “Hidra” de hidratar, com o termo inglês “shine”, no sufixo, relacionado a brilho. Ou seja: Shampoo Monange com Hidrashine, hidrata e dá brilho!

Que descoberta né! Mas será que todos fazem essa associação? Não! E aí entra a Xuxa! Resumindo essa porra toda numa imagem de credibilidade, para quem acredita nisso, e alavanca a venda dessa maravilha naturalmente artificial, criada para quem lavava a cabeça até com sabão de coco, sem contar as que foram apresentadas hoje a um shampoo.

Assim fica tudo bem arquitetado e funcionando: Um famoso topa falar de algo que nunca vai usar, em troca de bom cachê, usando sua simpatia plástica para enganar milhões que nem se interessam em saber se realmente aquilo é bom, ruim ou existe, formando opiniões equivocadas num país de consumidores emocionais que nunca questionam, ao menos, o seu próprio comportamento. Talvez seja esse o mistério da feiurinha!

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